e ela falava falava falava... com tantas tantas palavras que a sua cabeça era demasiado pequena para tudo aquilo que ela dizia. credo! não era possível. já nem tinha o telefone nos ouvidos, mas dali do sítio onde o tinha pousado, continuava a ouvir-se a sua voz ininterruptamente. teve tempo de fazer um jantar inteiro. e nem a falta de respostas lhe deu indícios de que não estava a ser ouvida. então declarou "olha, agora tenho de me concentrar aqui no jantar..." e ela ainda disse mais uns cinco minutos de coisas. "vá, um beijinho. falamos depois." e desligaram. e a sensação era a de que não precisava de ser ouvida. precisava só mesmo de pôr tudo cá para fora antes de ir dormir para não ter a cabeça tão cheia em cima da almofada e conseguir o sossego nocturno.
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