24.7.08

idiomas

sempre me adaptei muito bem às línguas dos países que visito.
hoje, em barcelona, consegui a verdadeira frase poliglota...

"yo hablo italiano, español e português tuto mistorato."

o mais importante é que me perceberam.

22.7.08





tempos de enfado...





17.7.08


o dia em que trouxe ao meu irmão uma t-shirt vinda directamente da barriga da minha mãe.
É loucura
É loucura estarmos todos
Juntos na mesma fogueira que arde
É loucura a ternura, este sonho, esta tarde
É loucura estarmos juntos
Todos à volta da mesma alegria
É loucura a ternura, esta noite, este dia
Ninguém sabe o que o sonho alcança
Quando se vive amando
Ninguém sabe o que sonha a criança
Quando sorri sonhando
Quem nos dera que nunca surgisse
Esta tristeza de hoje
Quem nos dera que nunca fugisse
Esta fogueira que foge
Algum dia na vida amanhã
Quando a rotina venha
Não nos falte esta chama, esta irmã
Esta fogueira, esta lenha.



Hélder Ribeiro

16.7.08

tempos sem tempinho nenhum...

1.7.08

dos que moram na rua

tenho desde sempre uma relação indefinida com as pessoas que moram na rua. um misto de curiosidade pela vida que têm e de necessidade de me manter afastada. há umas que me suscitam uma atenção especial e que ficam gravadas com algum carinho. que se tornam um equilíbrio no meu dia-a-dia e se transformam em parte integante da minha passagem pelas ruas quotidianas.
em aveiro, havia um senhor que anunciava o fim do mês e arranjava aí a solução para o seu pedido de esmola. eu e o meu pai fartávamo-nos de rir quando ele vinha com a sua lengalenga "é fim do mês, está na hora de pagar." fazia-se acompanhar de um caderno e um lápis na orelha que passava para a mão durante a lengalenga. vestia-se com um velho blazer e uma gravata e era careca. ele fazia andar o tempo. ele trazia a rotina do tempo.
em évora, havia um senhor de longas barbas brancas que falava sozinho e lia o jornal na praça do giraldo. alguns dos meus amigos cumprimentavam-no como amigo também. era sempre gentil com as pessoas e tinha um aspecto bonito.
em lisboa, perto da sé havia um rapaz/senhor que parecia um homem estátua. estava sempre sentado em cima de cartões velhos, vestia umas calças puxadas até cima com suspensórios e cobria a cabeça com chapéus, gorros e boinas. estava sempre imóvel, com uma perna dobrada na qual encostava o cotovelo para poder esticar a mão em forma de pedido. o seu olhar estava sempre mão. e eu via-o sempre nesta posição.
hoje, vi um novo homem. destes que me despertam a curiosidade.
num dia de calor como o de hoje, ele estava deitado na entrada de um prédio, vestido com manga comprida e cobertores a tapá-lo. tinha à beira da sua cabeça uma pilha de livros antigos e os olhos presos ao livro que tinha aberto nas mãos. estava muito sujo, o que normalmente me leva a não conseguir reparar nos pormenores, mas os livros fizeram demorar a minha passagem. fiquei curiosa com os títulos. espero que ele lá esteja quando lá voltar para ver de soslaio os títulos.