31.10.09

coisa legal


"sei lá! eu não sei o que é que eu quero prá ela... eu queria tanta coisa legal! sabe, tipo...
que ela ria muito, que ela não fique pesada nunca...
sei lá! queria troço legal. (...) também não sei. de repente o legal meu não é o legal dela."

elis regina sobre maria rita

29.10.09

parênteses

(acabei de me chatear com o meu próprio blogue que não respeita a formatação que pretendo dar aos posts. é enervante!)

outubro, outubrão

de manhã inverno
à tarde verão
[à noite
constipação]
dá-se-me aqui um mimo com esta espécie de ameaça de gripe.
dá-se-me aqui uma vontade de chá e mel e de alguém que surpreendentemente me traga laranjas porque fazem bem aos estados gripais.
ficamos tão pequeninos quando nos dói a cabeça e a garganta. quando a todo o instante parece que a febre vai desatar a subir. quando o pingo insiste em sair sem pedir licença.
ficamos assim com necessidade de quentinho e de alguém que nos puxe os cobertores para cima e não tenha medo de apanhar a nossa dor de garganta e de cabeça.

28.10.09

sensações a lembrar de vez em quando

a luz do sol poente a bater nas fachadas dos edifícios lisboetas. as papoilas vermelhas no início da primavera. o som do vento a passar de fininho nas persianas da escola. um estendal de roupa branca. pão quentinho com manteiga derretida. o cheiro do mar. O Beijo de Klimt. a pele de um bebé recém nascido. abraçar uma árvore milenar. um sorriso por entre a multidão. a fotografia de parentes distantes no tempo. o abraço apertado mata-saudade. o céu azul, já noite. a voz masculina a ler ao adormecer. os dedos das mãos a brincar por entre a relva. palavras ditas ao ouvido. duas ou três pessoas a despedirem-se emocionadamente na plataforma de campanhã. a água límpida do riacho do vale da teixeira a tocar a cara. uma maçã verde. um prado imenso a perder de vista. o cheiro dos lençóis lavados e passados a ferro. a cor da lua ainda próxima da linha do horizonte. a água a receber o corpo depois de um grande mergulho.

27.10.09

há dias XII

há dias em que conseguimos concretizar uma das grandes decisões de passagem de ano.
esses são grandes dias.

25.10.09

anoiteceres


as seis da tarde
vão passar a ser
as seis da noite.
os dias vão ficar
pequenininhos.
vou sair do trabalho
já de noite.

(...)

tenho pena.
hoje tenho
muita pena.
talvez
por ser
domingo.

(...suspiro...)



16.10.09

tossiu
tossiu
tossiu

e a maçã lá saiu.

12.10.09

a menina e a maçã

a menina
coitadinha
fartava-se de tossir
para tirar
aquele bocado de maçã da garganta.
mas
o safado
teimava em não sair.

11.10.09

todo cambia





Cambia lo superficial
Cambia también lo profundo
Cambia el modo de pensar
Cambia todo en este mundo

Cambia el clima con los años
Cambia el pastor su rebaño
Y así como todo cambia
Que yo cambie no es extraño

Cambia el mas fino brillante
De mano en mano su brillo
Cambia el nido el pajarillo
Cambia el sentir un amante

Cambia el rumbo el caminante
Aúnque esto le cause daño
Y así como todo cambia
Que yo cambie no es extraño

Cambia todo cambia
Cambia todo cambia
Cambia todo cambia
Cambia todo cambia

Cambia el sol en su carrera
Cuando la noche subsiste
Cambia la planta y se viste
De verde en la primavera

Cambia el pelaje la fiera
Cambia el cabello el anciano
Y así como todo cambia
Que yo cambie no es extraño

Pero no cambia mi amor
Por mas lejo que me encuentre
Ni el recuerdo ni el dolor
De mi pueblo y de mi gente

Lo que cambió ayer
Tendrá que cambiar mañana
Así como cambio yo
En esta tierra lejana

Cambia todo cambia
Cambia todo cambia
Cambia todo cambia
Cambia todo cambia

Pero no cambia mi amor...

10.10.09

há dias XI

há dias em que tiramos o pijama só às seis da tarde.
"Que sentido faz (...) gerir os nossos dias de forma mais eficiente, se não compreendemos para que servem esses mesmos dias e para onde nos conduzem?"