11.2.08

há dias II

há dias em que os segredos saem de dentro de nós e fazem pontes com os outros.
esses são os dias felizes de viver.

7.2.08

há dias

há dias em que os segredos rebentam no nosso coração.
esses são os dias difíceis de viver.

5.2.08

início da época balnear



dos vários sacos de praia e armários vieram os apetrechos para levar a cabo a primeira ida à praia do ano de 2008. éramos três. levávamos connosco o essencial: os fatos de banho, saco, as bolas insufláveis e o guarda sol. estávamos já morenos e, claro, providenciámos o primeiro escaldão, clássico de um primeiro dia de praia.
saímos já tarde e fartámo-nos de andar. na esplanada da praia estava vento e muito pouco espírito veraneante. descemos à baixa. no elevador de santa justa estava agora montado o ponto de vigia do nadador salvador. a praia do grémio, cheia de gente, fez-nos procurar a tão famosa escultura de areia do teatro dona maria. molhámos as mãos nas lagoazinhas do rossio. a água estava fria. subimos. agora começávamos a encontrar gente. muita gente. bruxas, dragonballs, travestis. todos tinham decidido vir à praia - muito mal vestidos para a ocasião. depois de uma passagem pela praia do bairro, fomos, finalmente, assentar arraiais na praia da bica. aí sim, estava uma "granda onda". mergulhámos no mar de gente do bar da esquina - do qual não me lembro do nome - e viemos para as toalhas. não fora o carro do lixo, tínhamos ali ficado mais tempo.

os primeiros dias de praia do ano são inesquecíveis.

[ontem a praia estava mesmo lá e toda a cidade tinha ganho uma nova dimensão.]

2.2.08

aos reencontros

29 anos é uma idade estranha.

[a própria idade é uma coisa estranha. embora não signifique quase nada na vida diária, há momentos em que a sentimos na cabeça, no corpo e nos olhos das outras pessoas.]

29...
que número sem sentimento.

os 28 eram redondos e enfadonhos e logo à partida traziam esta minha atenção sobre o número, que não me deu espaço para pensar no que poderiam significar como idade da vida.
os 27 eram ímpar. agradava-me. tinham um significado de mudança. foi a primeira vez que pensei - mesmo que não tivesse sentido - que "agora estás mesmo mais perto dos 30". a primeira vez que me fizeram este comentário. que ouvi falar dos 30 como uma realidade a viver a curto prazo. que falei sobre o que isso é. as várias perpectivas de quem já viveu, de quem está para viver, de quem nem quer saber.
daí para trás há grandes números com significado cultural, com significado pessoal, com significado na vida...

[25. foi a minha idade preferida. idade de grandes felicidades.]

agora os 29...
intrigaram-me desde o princípio. o facto de ser ímpar agradava-me mais uma vez. mas... havia qualquer coisa de espera. de suspenso. de respiração concentrada. de procura tímida de um sentido. já não se está muito afastado dos 30, mas ainda não se chegou lá.

(...)

29. a idade dos reencontros.
era este o sentido que andava escondido para os meus 29 anos.

têm vindo pessoas, lá do fundinho do tempo, trazer-me à memória momentos esquecidos, tirar do fundo das gavetas aqueles pedacinhos de mim que guardei com muito carinho, mostrar-me como estou crescida, como mudei e não mudei.

antes dos 30, reencontrar-me no reencontro com os outros. recolocar-me na vida.
parar. respirar. olhar. pensar. continuar.