30.3.10

às vezes apetece tirar o barulho a lisboa.

há pouco fui à varanda e a lua estava maravilhosa.
o céu quase limpo.
a luz da lua a bater no rio.
as luzes da margem sul reluzentes.
o panteão iluminado ali ao fundo.
o céu cheio daquela luz brilhante da lua.
pessoas a rir ao fundo.
um feliz cenário para fim de dia de trabalho.

mas os carros. sempre os carros. aqui na rua. mais ao longe. na rua acima. sempre os carros e barulhos de motor.
um barulho perpétuo de grande cidade.

voltei agora mesmo à varanda. talvez agora o barulho fosse menos e a respiração pudesse finalmente absorver a felicidade do cenário.
mas agora já o céu está enublado e a lua é uma luz difusa por trás das nuvens.

se eu pudesse, tinha tirado o barulho a lisboa da primeira vez que fui à varanda.

9.3.10

que tempo

acho que até tenho tido bastante capacidade de contrariar o mau humor que a chuva contínua acaba por provocar à falta dos raios solares que activam a nossa energia, mas sinceramente tenho saudades de cortar cabelos na minha varanda, conversar desafogadamente na esplanada com miradouro e não ter de falar sobre o tempo porque é o assunto premente em todas as conversas
para além de que já não tenho mais criatividade para combinar de diferentes formas a roupa de inverno

5.3.10

- ainda andas com o punto? não ias ter um skoda?
- sim, mas tive de arranjar os dentes e olha...

(...)

- sempre vais à dinamarca?
- não, tenho de arranjar os dentes e olha...

(...)

- ao menos posso rir-me à vontade...

2.3.10

agarra o verão, guida

há uns anos que sinto uma cumplicidade muito grande com esta frase.
eu não me chamo guida e o meu nome até nem ficaria tão bem nesta frase como o dela, mas é como se as palavras falassem directamente comigo e me dessem uma força extra e me fizessem querer mesmo agarrar o verão e correr pela vida fora e ser muito muito feliz e viver muitas aventuras.
há assim coisas simples que por uma razão qualquer nos fazem pensar nelas muitas vezes e sempre que precisamos.
esta frase é assim comigo.
damo-nos bem e gostamos uma da outra.

desde há estes anos atrás que não sabia de onde vinha ela e era mais ou menos desnecessário. mas descobri, esta semana, num programa de rádio matinal, que é o título de um livro do luís de sttau-monteiro que se transformou na novela "chuva na areia".

grande descoberta.

"chuva na areia!" o primeiro nome de novela de que me lembro, embora já nem me lembre dela.
não resisti a uma busca na net e, do pouco que há, encontrei a guida a dançar no meio da praça.
que maravilha.

agarra o verão, guida!
agarra o verão!