28.4.11

dia mundial da dança

e porque dançar e voar às vezes se (con)fundem...
amanhã vou voar!

17.4.11

não boleia



parado no vermelho-acabado-de-passar-a-verde,
depois de ter visto dois sacos de compras a correr o mais depressa que podiam,
até chegarem à sua porta.


francamente!


(ao domingo, então, é que não consigo mesmo perceber)

boleia




13.4.11

rua

ainda que já ninguém conhecido morasse naquela rua,
ela não conseguiu,
naquele dia de primavera,
deixar de desviar o seu caminho e de voltar a passar por lá.

[em busca da emoção da altura e de uma certa leveza nostálgica.]
parou por momentos e levantou a cabeça.
não houve nenhum movimento.
mas,
naquele curto espaço de tempo,
todas as imagens possíveis voltaram àquela varanda
e duas pessoas voltaram a estar lá em cima.

desceu a rua e apanhou o metro para os anjos.

4.4.11

carta V

querida amiga,

não posso deixar de te dizer que a varanda está a ficar linda e que espero que cuides bem de todas as plantas. fica maravilhoso o jardim suspenso, no meio da cidade, com vista para o rio e para as estrelas. grande ideia!

é espantoso ver-te a apreciar a primavera como nunca antes tinha visto. as fotografias. os olhos bem abertos. os gritos perante as flores novas nas árvores. (percebi a tua emoção ao olhar para a tua querida ameixoeira que finalmente ganhou flores e folhas, como há tanto esperavas.)

também não posso deixar de te dar os parabéns pela tua conquista dos bichos da seda* e das flores das fadas. já sei que te deixou muito contente teres conseguido trazê-los para esta primavera.

fico aqui a apreciar a tua alegria.
cuida bem de ti.

um abraço daqueles fortes de que tu tanto gostas


p.s também reparei que tens usado agenda. boa!

* para não te esqueceres da tua descoberta, vou escrevê-la aqui no rodapé da carta: num dos dias em que andavas no jardim com os meninos da tua sala, reparaste que a amoreira já tinha folhas muito pequeninas. a tua cabeça primaveril começou a pensar nos ovinhos dos bichos da seda que tinhas guardado junto ao teu cacifo e na possibilidade de eles estarem também a desabrochar. e, pois bem, acertaste em cheio: umas minúsculas linhas pretas tinham já furado o ovo para vir viver. impressionante, a natureza, não é? agora já sabes como se fazem os ciclos destes bichinhos, só te falta descobrir o que fazer com os casulos.