10.12.11

a paciência tem limites

o velho passeava o seu pequeno cão irritante. ela descia a rua da sua sessão semanal de compras. o velho andava calmamente observando a rua. ela trazia os sacos mais o guarda chuva, num ritmo compassado.
ao aproximar-se do cão e do velho, desviando-se, sorrindo, para não pisar o pequeno ser ridículo de quatro patas, vieram parar-lhe aos ouvidos os sons lascivos de um beijo largado para o ar e das palavras "também gostas, não gostas?" dirigidas ao cão. num acto reflexo, os sacos de compras voaram em direcção ao velho, que após cair, sentiu o seu olho direito perfurado com a ponta do guarda chuva.
depois de limpar a sua arma branca e cuspir de glória sobre o pequeno ser ridículo de duas patas, retomou o seu ritmo compassado de sacos de compras.

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