26.11.11

tristeza e alegria na vida das girafas

de Tiago Rodrigues











qui 24,
sex 25,
sáb 26
de novembro.
culturgest,
grande auditório



não consegui encontrar nada escrito sobre este espectáculo que usasse as palavras que me vieram a entorpecer as pernas no regresso a casa e que não consigo usar também.
em nenhum lado aparece o que a vida e a aventura daquela miúda de 9 anos me trouxeram de familiar e que foi para onde os meus sentidos estiveram sempre a olhar.
o riso e a angústia a misturarem-se no mesmo lugar do grande auditório.
um fio maravilhoso de emoções indizíveis entre mim e aquele palco.

(e hoje ainda há)

21.11.11

rugas

tinha cabelos brancos já há algum tempo. a isso já se tinha habituado. tinham crescido lentamente e tinha dado conta da sua evolução. e, como teve o primeiro aos dezasseis anos, era como se não fizessem parte do tempo. mas as rugas... aquelas rugas na face a marcarem o sorriso parecia que lhe tinham sido cravadas durante o sono. àquela na testa dava o desconto por estar sempre atrás da franja e talvez lhe tivesse passado despercebida. mas as da face... essas tinham sido postas lá durante a noite. só podia ser. e por isso ainda não se tinha afeiçoado a elas. mas, bom, também não tinha dúvidas de que isso lhe aconteceria e iria gostar que lhe marcassem o sorriso.
rugas...
¨

14.11.11

há dias XXIV


há dias em que
eureka!
conseguimos chegar à resposta que tanto procurávamos.

13.11.11

aos encontros, desencontros e reencontros

hoje, muito especialmente ao m.

(para ouvir)

– Olá! Como vai?

– Eu vou indo. E você, tudo bem?
– Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro... E você?
– Tudo bem! Eu vou indo, em busca de um sono tranqüilo... Quem sabe?
– Quanto tempo!
– Pois é, quanto tempo!
– Me perdoe a pressa - é a alma dos nossos negócios!
– Qual, não tem de quê! Eu também só ando a cem!
– Quando é que você telefona? Precisamos nos ver por aí!
– Pra semana, prometo, talvez nos vejamos...Quem sabe?
– Quanto tempo!
– Pois é...quanto tempo!
– Tanta coisa que eu tinha a dizer, mas eu sumi na poeira das ruas...
– Eu também tenho algo a dizer, mas me foge à lembrança!
– Por favor, telefone - Eu preciso beber alguma coisa, rapidamente...
– Pra semana...
– O sinal...
– Eu procuro você...
– Vai abrir, vai abrir...
– Eu prometo, não esqueço, não esqueço...
– Por favor, não esqueça, não esqueça...
– Adeus!
– Adeus!
– Adeus!

sinal fechado, Chico Buarque

12.11.11

sábados de manhã

tenho um café* de eleição para os sábados de manhã de outono-inverno, onde fico tanto tempo à espera do pedido que consigo apropriar-me do espaço e sentir-me no prolongamento da minha casa. posso ler, escrever, perder-me nos meus pensamentos, observar pessoas e sei lá mais o quê.
hoje, nessas minhas visitas matinais àquele espaço, pensava como são fabulosos os sábados de manhã. como tudo acontece sem tempo, sem pressa, ainda com a perspectiva de um fim de semana imenso pela frente. como se todas as obrigações não fossem urgentes, mas sim importantes e a não esquecer. como se o mundo se organizasse para todos podermos respirar.

é uma prenda semanal, o sábado de manhã.
foi por onde andaram os meus pensamentos, hoje, naquele café.

6.11.11

sunday smile

A Sunday Smile


All I want is the best for our lives my dear,
and you know my wishes are sincere.
What's to say for the days I cannot bear

beirut

4.11.11

emoções

é tão bom [às vezes] não ser comida pelas emoções e não deixar que elas me turvem a visão do que me aparece pela frente.
deixa-me espaço para as sentir mas actuar em concordância com o que o momento exige.

2.11.11

1 de novembro

não me sinto parte da igreja católica ou da maior parte dos seus rituais, mas sempre vivi rodeada dela e deles. a avó B. que era a crente lá de casa. o tio M. que casava e baptizava a família toda e rezava antes de qualquer refeição conjunta. os avós, as tias, os tios. o padrinho que também é padre e continua a rezar por mim. a pascoela. as missas de tudo e mais alguma coisa.
sempre tive assim a religião muito próxima e passei pelos mais diversos sentimentos e pensamentos acerca dessa proximidade. quis ser parte, quis destruir, quis culpar, quis acreditar, quis de tudo um pouco.

de tanta proximidade, ficaram-me uns quantos momentos que passam além de toda a religião ou possível crença e que preservo pela quantidade de humanidade e afectividade que me trazem.


dia 1 de novembro
. dia de ir ao cemitério ver a família e ouvir histórias da minha História. este ano uma visita especial à avó B. que ganhou um lugar novo, cheio de história.