25.4.08
24.4.08
tempálmoçar
há palavras que se unem para criar outras palavras, em que o mesmo sentido continua a existir num outro som. é fabuloso. dá conversas maravilhosas e serões de puro riso.
ele não tem tempálmoçar, coitado.
e elas as duas riem-se.
ele não tem tempálmoçar, coitado.
e elas as duas riem-se.
18.4.08
carta
querida amiga,
vejo que tens o quarto arrumado há duas semanas, que tens feito a cama todos os dias e não fica muita roupa acumulada lá no cantinho. também já reparei que não tens deixado os sapatos debaixo da cama, nem as meias por dobrar - e bem sei que não gostas nada desta tarefa.
estou muito orgulhosa.
era de continuar, se conseguisses resistir ao teu gosto pelo caos e à tua preguiça para a arrumação doméstica.
parabéns!
vejo que tens o quarto arrumado há duas semanas, que tens feito a cama todos os dias e não fica muita roupa acumulada lá no cantinho. também já reparei que não tens deixado os sapatos debaixo da cama, nem as meias por dobrar - e bem sei que não gostas nada desta tarefa.
estou muito orgulhosa.
era de continuar, se conseguisses resistir ao teu gosto pelo caos e à tua preguiça para a arrumação doméstica.
parabéns!
17.4.08
chove
porque é que sempre que chove a cântaros há pessoas a dizer que é o fim do mundo?
chove sim. chove muito. chove a bandeiras despregadas. chove como poucos. está uma chuva nada molha tolos. molha todos. molha mesmo. de certeza que toda a gente hoje se molhou - um bocadinho que fosse. não pára. começou às três e meia da tarde e ainda não parou. e não vai parar segundo o instituto de meterologia. também está vento. enerva um bocado. tentar caminhar e segurar no guarda-chuva e proteger um amigo e lidar com a calçada portuguesa e os jactos que nos atacam as pernas das poças onde deslizam os condutores. e conduzir também é enervante porque os vidros embaciam e os limpa-pára-brisas não dão vazão aos litros de água que lhes caem em cima e molha-se sem querer o peão que também já lida com a sua enervação....
mas, vá lá ver, o mundo não vai acabar. não é o fim do mundo. é só um dia chato. um dia de estar em casa - ainda que se não possa. "em abril, águas mil", não é? não sabemos já todos isso?
voltemos a gostar de chapinhar nas poças e é só chegar a casa e tomar um banho quente.
chove sim. chove muito. chove a bandeiras despregadas. chove como poucos. está uma chuva nada molha tolos. molha todos. molha mesmo. de certeza que toda a gente hoje se molhou - um bocadinho que fosse. não pára. começou às três e meia da tarde e ainda não parou. e não vai parar segundo o instituto de meterologia. também está vento. enerva um bocado. tentar caminhar e segurar no guarda-chuva e proteger um amigo e lidar com a calçada portuguesa e os jactos que nos atacam as pernas das poças onde deslizam os condutores. e conduzir também é enervante porque os vidros embaciam e os limpa-pára-brisas não dão vazão aos litros de água que lhes caem em cima e molha-se sem querer o peão que também já lida com a sua enervação....
mas, vá lá ver, o mundo não vai acabar. não é o fim do mundo. é só um dia chato. um dia de estar em casa - ainda que se não possa. "em abril, águas mil", não é? não sabemos já todos isso?
voltemos a gostar de chapinhar nas poças e é só chegar a casa e tomar um banho quente.
15.4.08
13.4.08
buscas
busca-se a simplicidade. busca-se a descomplicação. busca-se o simples prazer de ir indo. de ver e cheirar e deixar o mundo entrar e percorrer o corpo interior. busca-se a verdade. a mais pura honestidade connosco próprios. busca-se as soleiras das portas e as varandas com vista desafogada para conversas sobre a vida. sobre a vida mundana e a espiritual. busca-se o outro. busca-se a partilha da vida. busca-se a calma no fim do dia. busca-se o caminho diferente todos os dias. busca-se o amor. busca-se um lugar ao sol no mundo, onde chova de vez em quando para se sentir o cheiro da terra molhada.
9.4.08
E por vezes
E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes
encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.
David Mourão-Ferreira
E por vezes as noites duram meses...
6.4.08
"A viagem na cabeça"
"Do meu quarto andar sobre o infinito, no plausível íntimo da tarde que acontece, à janela para o começo das estrelas, meus sonhos vão por acordo de ritmo com a distância exposta para viagens aos países incógnitos, ou supostos, ou somente impossíveis."
Bernardo Soares, Livro do Desassossego
Bernardo Soares, Livro do Desassossego
2.4.08
estendais
dos estendais que via da janela da cozinha da casa do alto de santo amaro era este que mais me surpreendia. estava sempre arrumado. cromaticamente organizado. sempre bonito. as roupas sempre com um aspecto muito claro, muito calmo...
aquele estendal trazia-me uma sensação boa.
as pessoas que passeavam na marquise eram para mim uma curiosidade. sabia pelas roupas que tinham um bebé em casa. sabia pelas cores que costumavam usar que gostavam muito do branco. sabia que escolhiam luzes amarelas para os candeeiros, que, à noite, davam aquele tom quentinho à marquise.
sempre reparei muito nos estendais das casas. mas este foi aquele que mais encanto me causou.
ontem fechei a porta desta casa onde já não vivia há um ano. deixei também o estendal.
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