enquanto cortávamos papel sem fim para o trabalho da semana seguinte, íamos conversando sobre a vida e sobre nós. de onde somos, de onde sentimos que somos.
E. - nós somos da terra para onde vamos trabalhar.
C. - mas a E. não se cansa de falar da terra e até os olhos brilham quando fala da sua horta.
E. - pois é... pois é...
(silêncio das tesouras a cortar)
E. - sabe, C., quando casei, tive de vir para Lisboa... e custou tanto. vir para o apartamento.
quando fechava as persianas, até parece que se fechava tudo em mim.
(silêncio e tesouras paradas)
E. - era mesmo isso...
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