25.7.11

há dias XXII


"há dias em que o tempo não interessa.
há dias em que o tempo é de festa."

(ns fm jl sm rl th)


há dias tão grandes como os da infância



Anexo:
(no pátio da casa de infância)
ela - lembras-te quando fazíamos a nossa festa de anos juntos aqui no lombomeão?
ele - festas de anos juntos?!?!?
(olhar fixo no iPad)
ela - enchíamos a casa de amigos dos dois, brincávamos o dia todo... se calhar era só à tarde, mas parecia o dia todo. eram dias imensos. lembras-te?
ele - hmm...
ela - eu adorava. brincava tanto. e sentia-me tão feliz de ter a família e os amigos todos juntos. os nossos amigos todos misturados.
tu tinhas vergonha de mim. lembras-te?
ele - não estou a ver...

(...)
ela - não era tão bom voltarmos a fazer uma festa assim os dois? com os nossos amigos, com os pais, com os tios e o bidito - agora já com mulher e filha?
ele - era era...

ela - podíamos fazer isso este ano...

ele - ou então quando tu fizeres quarenta!

ela - oh!, era tão bom. pensa lá bem.

ele - achas que os nossos amigos vão andar 300 kms só para vir à nossa festa de anos!

ela - os amigos são assim... não são? (insegura)

ele - deixa-me que tenho uma entrega.

(...)
ela - olha, eu já decidi. vamos mesmo fazer esta festa!
ele - qual festa?

ela - a nossa festa de anos no lombomeão.

ele - isso até pode ser u
ma boa ideia (entre dentes) é capaz de ser porreiro. (a meia voz) mas tem que estar tudo muito bem organizado. (em tom impositivo)
ela - a sério?

ele - sim.

ela - yeaaaaah! (aos pulos e batendo palmas ao mesmo tempo) já te
estás a sentir lamechas agora não é? :) (pendurando-se abraçada a ele)
ele - larga-me, olha o iPad!

(...)
ela - achas que vem alguém? (insegura)
ele - claro! todos!

g. e c.