aquela ponte estava velha. já não passavam carros, bicicletas ou pessoas. estava lá apenas e já só preenchia a paisagem de memórias. uns metros à frente tinham construído a ponte nova. mais moderna e de betão. a que podia agora ser usada em segurança e com maior eficácia. a velha ponte foi apodrecendo. ali ao lado. perante a negligência de todos os que passam pela nova. e as memórias deram lugar a um monumento apodrecido, empobrecido.
penso nas pontes como as linhas que nos ligam uns aos outros e no cuidado que devemos ter para não as deixarmos apodrecer. caso apodreçam sem que nos apercebamos, devemos sempre transformá-las e deixá-las como um lugar para o qual possamos olhar desafogadamente sem ter de esconder os olhos para não termos vergonha da paisagem.
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