vou a correr ter com ele. agradecer-lhe por ter aparecido nas custosas alvoradas matinais dos meses frios. por ter estado na praia do cavaleiro naquele dia partilhado com bons amigos. por ter vindo para uma festa e deixasse que todos pudéssemos lá estar. por ter furado a chuva para o B. poder fazer o seu teatro.
31.12.10
vou a correr ter com ele. agradecer-lhe por ter aparecido nas custosas alvoradas matinais dos meses frios. por ter estado na praia do cavaleiro naquele dia partilhado com bons amigos. por ter vindo para uma festa e deixasse que todos pudéssemos lá estar. por ter furado a chuva para o B. poder fazer o seu teatro.
10.12.10
1.12.10
29.11.10
28.11.10
22.11.10
o mais importante é começar
"o mais importante é começar, J. dar o primeiro passo. é o que custa mais. depois vai-se fazendo cada vez melhor e mais facilmente. sabe muito bem, depois. vais ver.
começa como sabes e pronto."
às vezes temos de nos obrigar a nós próprios a começar e a enfrentar os afazeres, mesmo que sem vontade nenhuma. às vezes não sabemos fazer, mas temos de [e no fundo queremos] fazer. e começa tudo por sair a ferros, com outros afazeres menos urgentes metidos pelo meio. com o corpo a ir fazer muitas coisas, mas a cabeça sempre a pensar no que está lá à nossa espera. e voltamos a obrigar-nos à concentração e lá fazemos.
quase uma luta connosco próprios.
e o prazer... o prazer chega depois. quando conseguimos. quando, etapa a etapa, vamos percebendo que fomos mais longe e que não valia a pena ter tido medo ou preguiça ou outros fantasmas e afazeres menos urgentes que nos fizeram [afinal] perder tempo.
o prazer chega quando [afinal] percebemos que temos tempo para tudo e ficamos maiores depois de dar o primeiro passo.
quando é preciso fazê-lo outra vez, até sorrimos ao medo ou à preguiça ou outros fantasmas e afazeres.
14.11.10
que tempos
sei lá que tempos são estes.
agitados por dentro e por fora.
cheios.
de encher a cabeça toda.
os dias todos.
justificando o silêncio das linhas.
preparam-se tempos de muito trabalho e investe-se na calma.
serões caseiros. fins de semana caseiros. tudo caseiro.
com papéis à frente e um mundo inteiro de palavras por escrever.
com a incerteza do tempo que fica entre mim e a próxima escrita.
20.10.10
há dias XVII
há dias em que discutimos
até explodir... de riso.
(esses são os dias em que descobrimos
que quem fala mais alto pode ter muito muito medo)
30.9.10
Hakuna Matata
Hakuna Matata!
What a wonderful phrase!
Hakuna Matata!
Ain't no passing craze!
It means no worries for the rest of your days!
It's our problem-free philosophy
Hakuna Matata!
Hakuna Matata?
Yeah! It's our motto.
What's a motto?
Nothing. What's a motto with you?
(eheeheh)
Those two words will solve all your problems!
24.7.10
quando alguém morre
qualquer coisa que se vira do avesso.
qualquer coisa que pequenina média ou grande nos percorre por dentro.
por um dia por dois por uma semana por meses por um ano por dois para sempre.
qualquer coisa que nos incomoda.
qualquer coisa que nos puxa e não sabemos bem para onde.
o quotidiano não volta a ser o mesmo.
as pessoas não voltam a ser as mesmas.
a nossa cabeça não é a mesma.
a nossa vontade não é a mesma.
quando alguém morre paramos pensamos em caminhos que não queremos deixar de percorrer.
o nosso mundo treme e não volta a girar da mesma forma.
quando alguém morre temos a vida toda pela frente.
tenha ela o tamanho que tiver
16.7.10
23.6.10
Penso nas férias
Saber partir, saber que podemos viver como nómadas, isso aprende-se quando somos pequeninos. Partir “leve”, sem a varinha mágica, nem os três pares de sapatos… foi uma coisa que aprendi com a minha mãe.
Até aos quinze anos, passava férias numa casa na Bretanha que tinha a particularidade de ser na praia e de medir dois metros por três! Foi o meu pai que a construiu. Na realidade era uma grande cabana de praia para nós os cinco: duas camas de beliche em baixo, três camas no sótão, uma mesa com um Camping Gaz… e era tudo. Sem electricidade e com a torneira de água fria e as casas de banho na praia.
De manhã abríamos a porta e a primeira coisa era… “Onde está o mar?”.
Se a maré estava cheia, bebíamos a nossa taça de chocolate com os pés na água. Se estava baixa, corríamos na nossa sala de um quilómetro quadrado, lavada todos os dias pela maré.
A casa de férias menos cara do mundo, e durante três semanas, a felicidade total!
Nem vale a pena dizer que em vez de malas, tínhamos três t-shirts, três cuecas, um pullover quentinho e um par de botas arrumado debaixo do beliche. Todas as manhãs uma fileira de cuecas secava na ameixoeira mais próxima…
Aprendi de pequenina que podemos viver em qualquer lado do mundo, com muito pouco.
Sentir que somos capazes de ser felizes assim, liberta-nos.
Saber que podemos viver quase como os pássaros do céu, eis algo formidavelmente tranquilizador.”
Agnès Rosenstiehl
10.6.10
dia de portugal
"o valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis!"
1.6.10
26.5.10
24.5.10
But I´m not
Leonard Cohen
12.5.10
há dias XVI
há dias em que crianças são retiradas à família
e não tivemos mão nisso
e sentimos também o nosso mundo todo remexido.
esses são dias díficeis para a cabeça e para o corpo.
29.4.10
27.4.10
"estala-me o estapor do estrado"
é daquelas frases com que nos rimos cá em casa porque todas as palavras começam com o mesmo som.
inventamo-las, compomo-las e rimo-nos.
na vandoma dizem-nas assim espontaneamente. sem pensarem na sua métrica e sem se rirem. aliás, dizem-na com ar indignado.
e eu não consigo deixar de achar graça.
22.4.10
senhor Zé
18.4.10
De um saco da Natura
"Sinto-me como se tivesse dois lobos lutando no meu coração. Um é um lobo irritado, violento e vingativo. o outro está cheio de amor e compaixão."
O neto perguntou:
"Avô, diga-me, qual dos dois ganhará a luta no seu coração?"
O avô respondeu:
"Aquele que eu alimente."
30.3.10
às vezes apetece tirar o barulho a lisboa.
o céu quase limpo.
a luz da lua a bater no rio.
as luzes da margem sul reluzentes.
o panteão iluminado ali ao fundo.
o céu cheio daquela luz brilhante da lua.
pessoas a rir ao fundo.
um feliz cenário para fim de dia de trabalho.
mas os carros. sempre os carros. aqui na rua. mais ao longe. na rua acima. sempre os carros e barulhos de motor.
um barulho perpétuo de grande cidade.
voltei agora mesmo à varanda. talvez agora o barulho fosse menos e a respiração pudesse finalmente absorver a felicidade do cenário.
mas agora já o céu está enublado e a lua é uma luz difusa por trás das nuvens.
se eu pudesse, tinha tirado o barulho a lisboa da primeira vez que fui à varanda.
14.3.10
9.3.10
que tempo
para além de que já não tenho mais criatividade para combinar de diferentes formas a roupa de inverno
5.3.10
2.3.10
agarra o verão, guida
eu não me chamo guida e o meu nome até nem ficaria tão bem nesta frase como o dela, mas é como se as palavras falassem directamente comigo e me dessem uma força extra e me fizessem querer mesmo agarrar o verão e correr pela vida fora e ser muito muito feliz e viver muitas aventuras.
há assim coisas simples que por uma razão qualquer nos fazem pensar nelas muitas vezes e sempre que precisamos.
esta frase é assim comigo.
damo-nos bem e gostamos uma da outra.
desde há estes anos atrás que não sabia de onde vinha ela e era mais ou menos desnecessário. mas descobri, esta semana, num programa de rádio matinal, que é o título de um livro do luís de sttau-monteiro que se transformou na novela "chuva na areia".
grande descoberta.
"chuva na areia!" o primeiro nome de novela de que me lembro, embora já nem me lembre dela.
não resisti a uma busca na net e, do pouco que há, encontrei a guida a dançar no meio da praça.
que maravilha.
agarra o verão, guida!
agarra o verão!
28.2.10
conversas de amigos
e inspirações
que vão contra o aborrecido e banal modo de existir."
Hencsas Uonn
25.2.10
24.2.10
1.2.10
mas é preciso morrer e nascer de novo
e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
pra receber daquilo que aumenta o coração
mafalda veiga
24.1.10
19.1.10
escritos de rajada II
Ele entrou. Ela respirou. Ele tirou um livro da estante. Ela tossiu. Ele sentou-se no sofá. Ela disse que já chegava. Ele abriu o livro. Ela saiu. Ele fechou o livro. Ela ligou a água. Ele estendeu os braços nos braços do sofá. Ela despiu-se. Ele disse que pois sim já chegava. Ela testou a água. Ele disse que para além disso já era demais. Ela entrou na água. Ele levantou-se. Ela fechou os olhos. Ele deu vários passos em cima do tapete. Ela respirou fundo. Ele saiu. Ela pensou que haveria mais para além disto. Ele atravessou o corredor. Ela acomodou a cabeça. Ele entrou. Ela pousou uma perna por cima da outra. Ele perguntou o que queriam afinal. Ela disse que queria estar assim. Ele disse que estava cansado de barulho. Ela disse que então fiquemos só assim. Ele ficou só assim. Ela ficou só assim. Ele perguntou se podia. Ela acenou que sim. Ele despiu-se. Ela acomodou-se. Ele entrou na água. Ela sentiu o coração bater acelerado. Ele tocou-lhe. Ela olhou-o nos olhos. Ele olhou-a nos olhos. Ela fez silêncio. Ele disse que era bom assim. Ela fechou os olhos. Ele fez silêncio. Ela disse que tinha saudades de quando era só assim. Ele passou-lhe as mãos pelas pernas. Ela pediu-lhe que parasse. Ele deixou ficar as mão nas coxas. Ela deixou que o coração batesse mais sossegado.