20.11.09

arquivo da história pessoal

hoje visitei o arquivo da santa casa da misericórdia de lisboa e o museu de são roque e percebi que o facto de acumular muitas coisas e de ir guardando pequenas recordações de pequenos momentos pode ser uma grande qualidade. pode ser uma tentativa de contar uma história. a minha história pessoal. a minha história pessoal no mundo. e que isso pode ser muito importante. mas, acima de tudo, percebi que se quero que estes gestos tenham essa importância, então terei de me dedicar à forma como vou guardando essas coisas e essas recordações. se não estiverem bem aconchegadas e legendadas, desaparecem com certeza com o tempo e então não vale a pena estar a acumular e a guardar. isso será apenas um monte de lixo triste e contará mal a história.
(dava-me jeito uma sabática para fazer isto com calma)

16.11.09

oh happy days




este natal, se tudo correr bem, vou receber de presente a participação num coro de gospel.
what a happy day!

12.11.09

é um prazer acabar um trabalho que deu muito trabalho a acabar.

8.11.09

"tens mais medo do escuro ou do silêncio?"

a rapariga do copo de água

- Após estes ano todos, o único personagem que ainda não consegui captar foi a rapariga do copo de água. Está no centro do quadro mas parece estar de fora.
- Talvez seja só diferente dos outros.
- Diferente em quê?
- Não sei... Quando era pequena brincava pouco com outros meninos. Talvez até nunca.
(...)
- A rapariga do copo de água... O ar alheado pode ser por estar a pensar em alguém.
- Alguém do quadro?
- Mais um rapaz conhecido noutro lado... Mas sente que são parecidos, ela e ele.
- Dito de outra maneira, ela prefere imaginar uma relação com um ausente a criar laços com os presentes?
- Ou talvez tudo faça para emendar a baralhada da vida dos outros.
- Mas a baralhada da vida dela, quem emenda essa?
- Sempre é melhor dedicar-se aos outros que a um duende de barro.
(...)
- Diga-me cá, aquele rapaz, ela voltou a vê-lo?
- Não, afinal não se interessam pelas mesmas coisas.
- A sorte é como a Volta à França; fartamo-nos de esperar e num segundo já passou. Chegado o momento há que saltar a barreira sem hesitações.
(...)
- Então é aquele ali, o da mão no ar. Está apaixonada por ele? Quanto a mim chegou o dia de ela arriscar tudo por tudo.
- Anda a pensar nisso, a preparar um estratagema para...
- Como gosta ela de estratagemas... Na verdade é um pouco cobarde. Deve ser por isso que não consigo captar a expressão.
(...)
- A Amélie não tem ossos de vidro, bem pode levar pancada da vida. E deixa passar a oportunidade. Com o tempo é o seu coração que será tão seco e quebradiço como o meu esqueleto. Vá em frente, raios!
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain

7.11.09

pequenos prazeres solitários




cozinhar ao som de música
que esteja em sintonia
com o nosso estado de alma.




4.11.09

há dias XIII



há dias em que apetece ter um cavalo dourado e desatar a galopar por aí.

carta III

querida amiga,
tenho reparado no teu esforço para te organizares. dentro e fora de ti. tenho admirado isso.
vi que arrumaste o escritório e deste continuidade ao teu projecto de arrumar o passado deitando fora o que já não interessa. sei que andas a usar a agenda e que tens feito as coisas a que te propões de uma forma mais ou menos regrada. sei que te tens deitado tarde. que te tens dedicado ao trabalho ainda que de vez em quando te custe identificares-te com o que te pedem.
queria só mesmo dar-te uma força e mandar-te um grande abraço.
estou sempre contigo.
p.s - consegues mandar-me aquela música que estavas no outro dia a ouvir na cozinha. era o quê?