estava ali na sua frente e acabara de lhe fazer uma confissão.
na sua cabeça e no seu peito nascia um sentimento mesquinho que não queria que a invadisse. aquele que lhe tinham ensinado que era feio e que só com o tempo foi percebendo porque era feio.
empurrou-o para o lado e puxou do mais fundo de si toda a possibilidade de continuar uma conversa agradável como até então. e ali ficaram por mais algum tempo, com a confissão já em segundo plano e a mesquinhez posta de lado.
mas mal os corpos se afastaram na despedida, toda a mesquinhez voltou e a confissão martelou a sua cabeça mais uma vez.
não havia como fugir.
a mesquinhez invadia-a.
fazia parte de si.
não podia evitar.
deixou-se invadir.
e a mesquinhez,
ao invadi-la,
evadiu-se.