dizia eu à J.
"o mais importante é começar, J. dar o primeiro passo. é o que custa mais. depois vai-se fazendo cada vez melhor e mais facilmente. sabe muito bem, depois. vais ver.
começa como sabes e pronto."
é um cliché, bem sei, mas às vezes é preciso repeti-lo para não nos deixarmos envolver pelo medo ou pela preguiça ou outros fantasmas que criamos à volta do que temos para fazer e de que não podemos [e no fundo nem queremos] fugir.às vezes temos de nos obrigar a nós próprios a começar e a enfrentar os afazeres, mesmo que sem vontade nenhuma. às vezes não sabemos fazer, mas temos de [e no fundo queremos] fazer. e começa tudo por sair a ferros, com outros afazeres menos urgentes metidos pelo meio. com o corpo a ir fazer muitas coisas, mas a cabeça sempre a pensar no que está lá à nossa espera. e voltamos a obrigar-nos à concentração e lá fazemos.
quase uma luta connosco próprios.e o prazer... o prazer chega depois. quando conseguimos. quando, etapa a etapa, vamos percebendo que fomos mais longe e que não valia a pena ter tido medo ou preguiça ou outros fantasmas e afazeres menos urgentes que nos fizeram [afinal] perder tempo.o prazer chega quando [afinal] percebemos que temos tempo para tudo e ficamos maiores depois de dar o primeiro passo.quando é preciso fazê-lo outra vez, até sorrimos ao medo ou à preguiça ou outros fantasmas e afazeres.[pena é, às vezes, não encontrarmos textos eloquentes para dizer estas coisas.]